Nas caminhadas de Jesus pelas cidades e povoados da Judeia, chama a atenção o que o motivava a pregar o evangelho e fazer o bem ao povo: ele via a aflição e exaustão daquela gente, e sentia profunda piedade dela. E a comparava a um rebanho entregue a sua própria sorte, sem um pastor que levasse as ovelhas pelo caminho certo. Jesus gostava de fazer comparações com coisas do dia-a-dia do povo. Isso os ajudava a entender seu recado. Ele costumava, por exemplo, pedir emprestadas palavras-chaves da atividade agro-pastoril dos judeus, como ovelha, rebanho, pastor, seara, ceifeiro, trabalhador etc.
Mas Jesus enxergava além das fronteiras: os outros povos viviam em igualdade de condições com aquelas pobres multidões de judeus. E era preciso alcançá-los. Então exclamou: Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara” (Mt 9.38), mostrando assim a amplitude da obra missionária.
A Igreja é convocada a levar a mensagem para todos os povos. Trata-se de uma tarefa envolvente, desafiadora mas que não pode ser realizada sem a prática da contínua intercessão da Igreja para que sempre surjam novas levas de trabalhadores, para que eles nunca faltem. Não é tarefa para ser feita por alguém sozinho: o próprio Jesus ensinou os discípulos a confiar em Deus, e só então os enviou. Há que haver nos trabalhadores o mesmo sentimento que motivava Jesus, como bem nos lembra John Piper: A compaixão de Jesus veio no pedido de oração por mais missionários. Do princípio ao fim, a misericórdia esteve incitando as missões em sua vida; e também Roger Greenway: Jesus deixa claro que o chamado e o envio dos missionários é, primeiramente o trabalho de Deus, pois ele é o Senhor da Seara. Nossa primeira tarefa é orar para que Ele chame e envie pessoas da sua própria escolha. A oração da Igreja por novos trabalhadores expressa nossa total dependência de Deus e nos lembra que somente ele tem o poder de converter e transformar vidas.
Rev. Samuel Ulisses de Castro Marinho
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